quinta-feira, 31 de março de 2011

EBÓ GENÉRICO DE EJÍ-LASÉBORÁ PARA OFERTAR A POSITIVIDADE

1 GAMELA


12 AKASÁS BRANCOS

12 PORÇÕES DE EGBÔ

12 MOEDAS DE COBRE

12 FOLHAS DA FORTUNA

12 MAÇÃS VERMELHAS

12 CACHINHOS DE UVA RUBÍ

12 VELAS DE CERA DE ABELHA

12 COCADAS BRANCAS

AZEITE DE DENDÊ

MEL DE ABELHAS

12 PALMOS DE MORIM



MODO DE FAZER:



FORMAR UMA TOALHA COM O MORIM BRANCO, SOBRE ELE COLOCAR A GAMELA JÁ ARRUMADA COM OS DEMAIS ÍTENS DENTRO DA MESMA, EM SEGUIDA REGAR TUDO COM DENDÊ E MEL. AS VELAS ACENDER AO REDOR.



LUA: CRESCENTE OU NOVA

LOCAL: ALTO DE UMA MONTANHA

DIA: QUARTA FEIRA

HORA: 10:00 HORAS

EBÓ GENÉRICO DE EJÍ-LASÉBORÁ PARA DESPACHAR NEGATIVIDADE

12 GALHOS DE ARRUDA


12 OROGBOS

12 OVOS CRU

12 QUIABOS CRU

1 PREÁ

12 VELAS VERMELHAS

12 BÚZIOS

12 MOEDAS

12 BOLOS DE FARINHA DE MANDIOCA

12 PALMAS DE FITA VERMELHA

12 PALMOS DE FITA BRANCA

12 AKARAJÉ



MODO DE FAZER:



PASSAR TUDO NO CORPO DA PESSOA E DEIXAR CAIR NO LOCAL ONDE ESTÁ REALIZANDO O EGÓ, PRÓXIMO A UMA CACHOEIRA, A PREÁ APÓS SER PASSADO É SOLTA.



LUA: MINGUANTE

LOCAL: MATA COM CACHOEIRA

DIA: QUARTA FEIRA

HORA: APÓS AS 22:00 HORAS

EBÓ GENÉRICO DE IKÁ-ORÍ PARA OFERTAR A POSITIVIDADE

14 FATIAS DE BANANA DA TERRA, FRITAS NO AZEITE DE DENDÊ


14 FATIAS DE COCO

14 FOLHAS DE MAMONA UNTADA COM AZEITE DE DENDÊ E MEL DE ABELHAS

14 AKASÁS

1 TRAVESSA DE BARRO

14 PALMOS DE FITA COLORIDA

14 GUIZOS

14 MOEDAS

14 BOLINHOS DE BATATA DOCE

14 OVOS CRUS

14 PUNHADOS DE FEIJÃO FRADINHO COZIDO

14 VELAS DE CERA DE ABELHAS

14 ABERÉN

14 FOLHAS DE AKÓKÓ



MODO DE FAZER:



ARRUMAR TODOS OS INGREDIENTES NA TRAVESSA, DESDE QUE SEJA FORRADA COM FOLHAS DE MAMONA. OFERENDAR AOS PÉS DE UMA ÁRVORE FRONDOSA.



LUA: CRESCENTE

LOCAL: ÁRVORE FRONDOSA

DIA: QUINTA FEIRA

HORA: ATÉ AS 10:00 HORAS

oxum ipondá e erinlé

Um dia Oxum Ipondá conheceu o caçador Erinlé e por ele se apaixonou perdidamente. Mas Erinlé não quis saber de Oxum. Oxum não desistiu e procurou um babalaô. Ele disse que Erinlé só se sintia atraído pelas mulheres da floresta, nunca pelas do rio. Oxum pagou o babalaô e arquitetou um plano: Embebeu seu corpo em mel e rolou pelo chão da mata.


Agora sim, disfarçada de mulher da mata, procurou de novo seu amor.



Erinlé se apaixonou por ela no momento em que a viu. Esquecendo-se das palavras do adivinho, Ipondá convidou Erinlé para um banho no rio. Mas as águas lavaram o mel de seu corpo e as folhas do disfarce se desprenderam. Erinlé percebeu imediatamente como tinha sido enganado e abandonou Oxum para sempre.



Foi-se embora sem olhar para trás. Oxum estava grávida; deu à luz a Logun Edé.



Logun Edé é a metade Oxum, a metade rio, E é metade Erinlé, a metade mato. Suas metades nunca podem se encontrar.

Ele habita num tempo o rio e noutro o mato. Com o Ofá, arco e flecha que herdou do pai, ele caça. No abebé, espelho que recebeu da mãe, ele se admira.

EBÓ TÓYA KÓSÌ REMOVER DOENÇAS, PRAGAS, FEITIÇARIAS, BAKU E EGUN

1 Vara de bambu que deverá ser partida, ao comprido, em 4, pega-se 1 parte destes 4 e confecciona-se na ponta deste uma espécie de ponta de flecha, lembre-se embora partida em 4 esta vara continuará com seu comprimento que normalmente chega a 2metros, as vezes até 3.


Pinta-se 1 alguidar número 05 e 1 quartinha com tampa sem alça de Efun, Ossun e Wají.

1 Galinha D‘Angola

1 Ekuru

1 Acaçá

1 Acarajé

1 Aberém

1 Bola de Canjica

1 Bola de Feijão Preto

1 Bola de Arroz

1 Ovo

1 Bola de Farinha

Tudo isso em Tamanho exagerado,

E 1 Bacia de Pipocas.

1 Estoura Balão (Fogos)

Modo de Fazer:

Levar o Filho de Santo no mato, no pé de uma Árvore Frondosa. Entregar na mão direita dele a Galinha D’Angola que será segura pelas Patas. Na mão Esquerda a Vara de Bambu, o Alguidar pintado nos Pés da Árvore e Junto a Quartinha sem nada dentro apenas tampada, e pede-se ao Filho de Santo para mentalizar tudo que deseja que saia da Vida dele e do Corpo. E vai se passando todas as comidas começando pelas comidas escuras e terminando com as Pipocas. Ao terminar de passar todas as comidas, o Filho de Santo encosta a Lança de Bambu rente ao Tronco da Árvore, na mão esquerda então, ficará a quartinha. Tira-se a Tampa, pede-se ao Iyawo fale com a boca dentro da quartinha pedindo para sair tudo de ruim da vida dele,tampa-se a Quartinha e manda-se o Iyawo atira-la ao chão para que se quebre. O próprio Iyawo faz um Sarayê com a Galinha em seu Corpo e a Joga bem longe com toda a Força. Neste mometo, dá-se na mão do Filho de Santo o Estoura Balão que será apontado para bem longe botando para correr então todas as mazelas que estavam na vida daquela pessoa. Durante todo o processo deste ebó, canta-se para Omolu.

terça-feira, 15 de março de 2011

ORAÇÃO CIGANA




Oração Cigana do Amanhecer
Salve o Sol, a natureza, o Orvalho da Manhã! Salve Deus todo Poderoso, que me dá a felicidade de tomar a benção de toda a Natureza. Salve o Vento, o Sol, a Chuva, as Nuvens, as Estrelas e a Lua!Salve as forças das Águas, a Terra, a Areia e o Solo fértil! Que belo seja seu remédio!O Pão que parto à mesa, seja multiplicado! O trigo que trago comigo, seja minha propriedade.O Universo me abrace. E que os quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar, me dêem as forças necessárias para todas as dificuldades de minha vida. Meus caminhos sejam abertos, hoje e sempre, com toda a pureza dos Elementais e dos Anjos Mensageiros de Deus. Amém!


Ciganos – Estão em toda parte...

“Eles se movem como o sol e a lua. São nômades. Estão em toda parte...
Não, não são o vento. São os filhos do vento.”

Significados de nomes ciganos

Uma das peculiaridades do Povo Cigano é batizar suas crianças como nomes que revelem algum valor particular em seus clãs, seja para exaltar algo ou alguém, para transmitir votos ou para atrair as características inerentes ao significado de cada nome.

Eis alguns destes nomes com seus respectivos significados para que ao encontrarmos um Cigano (a), seja este do Universo Espiritual ou não, possamos ter noção da mágica energia que envolve sua identidade.


Cigano Ramirez: Guerreiro Ilustre
Cigana Esmeralda: A Preciosa, Verde Brilhante
Cigana Alba: Branca, Alva
Cigana Alzira: Ornamento, Beleza
Cigana Amapola: Bela Flor
Cigana Aurora: Deusa Da Manhã
Cigano Bóris: Batalhador, Forte Guerreiro
Cigana Carmen: Poema, Poesia, Versos
Cigana Carmecita ou Carmela: Jardim Divino
Cigana Constância: De Caráter Forte
Cigano Cristiano: Cristão
Cigana Dalila: Mulher Dócil
Cigano Diogo: O Conselheiro
Cigana Dolores: Lamentações
Cigana Florisbela: Bela Flor
Cigano Gonçalo: Salvo na Guerra
Cigano Iago: Aquele que vence
Cigano Igor: Príncipe Da Paz
Cigana Jade: Preciosa
Cigana Jasmim: Flor Jasmim
Cigana Leoni: Leoa
Cigano Manolo: Deus Está Conosco
Cigano Miro: Fragrância de Mirra, Pessoa Maravilhosa
Cigana Natasha: Dia Do Nascimento
Cigana Nazira: Pessoa Distinta
Cigano Nicholas ou Nikolai: Povo Vitorioso
Cigano Ramon: Protetor Poderoso
Cigano Ruan ou Juan: Deus é Poderoso
Cigana Sara: Princesa
Cigana Soraya: Estrela Da Manhã
Cigana Samara: Protegida por Deus
Cigana Tâmara: Fruto Doce
Cigano Tarim: Capricho Vitorioso
Cigano Valter: Comandante do Exército
Cigano Vladimir: Regente
Cigana Zafira: Graciosa
Cigana Zaíra ou Zaira: A Visitante, A Florida, De Pele Brilhante
A Cigana retratada por Maria do Carmo da Hora que ilustra esta postagem é poesia pura. Trata-se da Cigana Carmem.

Vida Cigana

O violino, as castanholas, a guitarra cigana, o aderbaque, o banjo, o violão e o pandeiro são os instrumentos mais comuns entre os ciganos, apesar de variarem conforme a região de sua procedência."


Um Toque COLORIDO para tornar seu dia mais radiante!

Um toque de VERMELHO para irradiar energia, sensualidade e paixões.Um toque de LARANJA para irradiar alegria, calor e criatividade.
Um toque de
AMARELO para expandir sua inteligência, seu entusiasmo e aumentar seu otimismo.Um toque de VERDE para equilibrar e curar.
Um toque de
ROSA para expandir o amor no coração.
Um toque de AZUL para equilibrar, tranqüilizar, aumentarsua auto confiança e intuição.Um toque de VIOLETA para transmutar energias negativas em positivase reforçar o caminho espiritual.Um toque de BRANCO para aumentar sua paz interior esua pureza de espírito

Significados de alguns símbolos ciganos

Punhal: Força; poder.Roda: O equilíbrio; o inconsciente; o ciclo da vida.Pentagrama: Sucesso, êxito e evolução. Também usada para proteção.Estrela de seis pontas: Proteção contra inimigos.Sol: Brilho; felicidade plena.Lua: Magia; mistérios.Moeda: Riqueza - material e espiritual.Chave: As soluções.Taça: União; receptividade.Trevo: Felicidade; boa sorte.Árvore: Prosperidade; fartura.
Coruja: Sabedoria; percepção aguçada; conhecimento.

Simpatia para fortalecer o relacionamento

Esta simpatia não serve para fazer as pessoas se apaixonarem. É um pedido para que Deus fortaleça um casamento ou um relacionamento que já existe.
Pegue duas velas de sete dias de cor vermelha, abra uma delas ao meio, coloque mel, o nome da mulher e feche.
Abra a outra vela e coloque alguns incensos em pedrinhas com aroma de rosas e jasmim, que são vendidos em casas de materiais espíritas. Enquanto estiver colocando as pedrinhas, peça que os anjos da guarda dos dois tragam proteção.
Em um pedaço de papel branco, escreva sete vezes o nome do homem, coloque na segunda vela. Junte as duas com os pingos de uma vela comum, acesa, e embrulhe novamente com o plástico de fábrica.
Enrole as duas velas em um pano branco e deixe dormir uma noite no sereno. Depois, retire o pano, coloque-as amarradas em um prato branco com açúcar no fundo, faça seu pedido e acenda as velas. Nas manhãs em que as velas estiverem queimando, reze um Credo e um Pai-Nosso.

Dois Corações

Quando dois corações pulsam no mesmo ritmo, todo o Universo a sua volta harmoniza-se. Quando duas almas se encontram e se reconhecem, o tempo é mera ilusão e todo o sofrimento, pequeno espinho do caminho. As alegrias simples, transbordam do cálice do amor e os pequenos gestos de carinho, movimentam turbilhões de sentimentos elevados, que alcançam as esferas sublimes emocionando até aos anjos.Esse encontro pode durar um segundo, um mês ou mil anos, mas será eterno o seu encanto. E o bem que faz aos dois, multiplica-se para milhões, pois que funde-se ao amor Divino, objetivo dos objetivos. Esse encontro pode se dar por um olhar, por carta, telefone, pessoalmente e até telepaticamente

Conto Cigano

Cavalga ao longe
Elmo prata e bandeira azul
Grito de guerra
A cigana corre
Foge
Seus olhos buscam caminhos
Na areia fina e fofa
Mais perto se tornam
Grito e elmo prata
O sol brilha o ouro da cigana
Deixa rastro no ar
A cigana sem ar canta algum socorro
Elmo prata e bandeira azul como gigantes
Vêem as costas da cigana em suor
E cavalga mais rápido, mais rápido
Desespero atirado ao chão
A cigana cai
Sobre ela o elmo prata
Os olhos ciganos fecham
O elmo prata é atirado ao longe
Nos lábios da cigana, outros lábios
E ela agradece em canto.
O amor que há tanto perseguia
Agora
A beijava

DAÍ-ME TUA LUZ!!!

Senhor, daí-me tua Luz!
Vinde ao meu encontro, Senhor!
Tua filha te procura...
Tua filha te chama e quer, te ama!
Tua filha te procura
Na imensidão, desta noite fria.
Vinde, Senhor...Traga a tua Paz!
Olho o horizonte..
Pareço te ver Sim, Deus!
És tu!
Sabias que virias, nunca me faltaste!
Sempre foste meu amado Pai!
Agora... Estou bem.
Estou feliz, tenho o Senhor aqui comigo.
Meu Pai, Meu Deus de amor!
Obrigada por tua presença!!!

Oração à Santa Sara

Tu que és a única Santa Cigana do Mundo. Tu que sofrestes todas as formas de humilhação e preconceitos. Tu que fostes amedrontada e jogada ao mar. Para que morresses de sede e de fome. Tu sabes o que é o medo, a fome, a mágoa e a dor no coração. Não permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem. Que Tu sejas minha advogada perante à Deus. Que Tu me concedas sorte, saúde e que abençoe a minha vida.

Liberdade

Nós ciganos só temos uma religião: A liberdade. Em troca dela renunciamos à riqueza, o poder, à ciência e a sua glória.Vivemos cada dia como se fosse o último.Quando se morre, se deixa tudo: um miserável carroção ou um grande império.E nós cremos que naquele momento é muito melhor termos sido ciganos do que reis. Não pensamos na morte. Não a tememos, eis tudo.O nosso segredo está em gozar a cada dia as pequenas coisas, que a vida nos oferece, e que outros homens não sabem apreciar:uma manhã de sol, um banho na nascente, o olhar de alguém que nos ama. É dificil entender estas coisas, eu sei. Cigano, se nasce. Gostamos de caminhar sob as estrelas. Contam-se coisas sobre os ciganos. Dizem que lêem o futuro nas estrelas, e que possuem o filtro do amor. As pessoas não crêem nas coisas que não sabem explicar. Nós, ao contrário não procuramos explicar as coisas nas quais cremos. A nossa vida é simples, primitiva. Basta-nos ter o céu por telhado, um fogo para nos aquecer, e as nossas canções, quando estamos tristes."

O Olhar

O que impressiona em primeiro lugar num cigano é o seu olhar. Nem vestuário, nem a língua e os costumes, denunciam melhor o cigano do que seus olhos.
É impossível descrevê-los, pois não são grandes nem pequenos, mas tem mistério!
É uma estranha expressão que para entender deve ser vista.
Um olhar sempre fugidio,
mas apesar disso se fixanum certo instante.
Um olhar cheio de paixão,

mas uma paixão contida retida entre as pálpebras que deixam passar um magnetismo que só o cigano possui.

Maktub

Estava escrito que os teus olhos não veriam os meus olhos...que a minha alma não seria a tua gêmea,que o teu ombro não descansaria o meu cansaço,e a tua casa não teria portas para mim...Estava escrito que teus beijos não me beijariam com ternura,que o teu coração não poderia ser meu abrigo,que a tua imagem seria sempre esta mítica lenda,e tua presença, apenas utopia...Estava escrito que meus sonhos reais nunca seriam...que a tua lembrança guardada ficaria como rara jóia...que meus passos se apressariam para ti e que os rejeitariam os teus, como corpos que se repelem...Estava escrito enfim, que a despeito de tudo que sonhei e senti e amei por ti nossos caminhos seguiriam eternamente como paralelas linhas...estejam próximas ou distantes, por curto trecho ou longa caminhada,jamais haverão de no espaço se encontrar...

Maktub!

Lenda Cigana

"Uma das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas. Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu.Foi então reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza. Deus então, preocupado em atende-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então, que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselha-las para o bem."

Gemido do Violino..

Uma lágrima se solta ... sem ventos, sem brisas ... se volatiliza num gemido de violino!Dormes. Por dentro da luz ténue de silêncios finos, silenciados na concha tumular que cobre todas as pedras desalinhadas da calçada. Hoje caminho na Avenida. Piso a passos precisosos trilhos por onde tantas vezes viajaste sózinho dentro de mim. E sozinho em ti, perdido num labirinto. A nebulosa esmaecida teima em perpetuar-se à minha frente. Persistente, a lágrima cristalizada se solta, rola extemporânea. Avança, morde e beija a boca. Tem o sabor salgado da Saudade e, contudo,liberta, traz-me de regresso à realidade. Refulgentes, os raios iluminados da manhã, traçam nos paralelepípedos novos desenhos constelados. Das ruas pardacentas, aos poucos, a espasmos, a Primavera brota. Estrangula o vazio e a melancolia nostálgica. Emerge em sons. Eternas sintonias Genésicas. Na igreja em frente, toca o sino. As ruas recobrem-se, serenas, com as cores brancas do seu manto Divino.

Esvoaçando

Vou esvoaçando até ao teu sentimento
Com vontade de te abraçar
Procurando o melhor momento
Para em ti suavemente pousar
Os ventos contribuem para a minha caminhada
Mas as tempestades atrasam a minha rota
Por mais que te sintas ansiosa e apressada
Só no tempo certo a vida nos dará a boa nota
Vou esvoaçando e vivendo cada estação
Com a calma que sempre me acompanha
Mantendo a forte e constante emoção
Ajudando para que a vida intervenha

Preceito diário

"Eu me levanto hoje
Pela força dos Céus
Luz do Sol
Brilho da Lua
Resplendor do Fogo
Presteza do Vento
Profundidade do Mar
Estabilidade da Terra
Firmeza da Rocha,
Assim seja,
E assim se faça para o bem de todos

Nuvem cigana

Se você quiser eu danço com você
No pó da estrada
Pó, poeira, ventania
Se você soltar o pé na estrada
Pó, poeira
Eu danço com você o que você dançar
Se você deixar o sol bater
Nos seus cabelos verdes
Sol, sereno, ouro e prata
Sai e vem comigo
Sol, semente, madrugada
Eu vivo em qualquer parte de seu coração
Se você deixar o coração bater sem medo
Se você quiser eu danço com você
Meu nome é nuvem
Pó, poeira, movimento
O meu nome é nuvem Ventania,
flor de vento
Eu danço com você o que você dançar
Se você deixar o coração bater sem medo
Se você deixar o coração bater sem medo
Se você deixar o coração bater sem medo

Anseios Ciganos

Quisera ser um nômade,
Livre percorrer terras e mares,
Escalar montanhas,
zarpar rumo aos céus,
Quisera ser um nômade,
Livre de raízes, âncoras e amarras,
Correr pelos campos, alçar vôos,
Escalar montanhas, singrar os mares
Quisera ser um nômade,
Sem apegos às terras e a lares,
Expandir em viagens todos os sonhos meus,
Quisera ser um nômade,
Passar pela história sem deixar marcas,
Gritar nos desertos sublimes entonos;
Reconhecer praias e grutas como meus lares.

OS 12 MANDAMENTOS CIGANOS

1º- Amar a Deus acima de tudo e respeitar todos os Santos;
2º- Respeitar a Semana Santa;
3º- Respeitar todas as Religiões e credos que elevam o nome de Deus – Nosso Pai;
4º- Ajudar-se mutuamente;
5º- Amar e não desmerecer nenhuma criança;
6º- Respeitar os idosos e não desprezar a sua sabedoria;
7º- Não mostrar o corpo;
8º- Não se prostituir;
9º -Manter a fidelidade entre os casais;
10º -Não se envergonhar de sua origem;
11º -Não deixar de praticar o dom da adivinhação;
12º -Não trair seu povo.

Ciganos Astrais

Eles podem ser feios ou bonitos, altos ou baixos, magros ou gordos, jovens ou velhos, amarelos ou azuis, orientais ou ocidentais, alegres ou carrancudos, fato é que nenhuma destas características interfere no amor que nutro pelos Espíritos Ciganos. Talvez por comportar-me desta forma, a cada dia sinto-me mais e mais abençoada no que diz respeito à espiritualidade desta Corrente de Luz.

Duas Ciganas do Universo Astral entraram em minha vida nos últimos dez dias: a Cigana Salomé do Egito e a Cigana Sete Saias, exatamente nesta ordem. Relativo a primeira já sei bastante e logo escreverei acerca da mesma, já sobre a segunda, devo esperar mais um pouco para fazer-lhe referência pessoal. O importante neste momento é dar-lhes boas-vindas e agradecer aos meus guias Ramirez e Esmeralda por recebê-las em nossa tenda como quem recebe membros do próprio clã.

Opchá!!!!

Mundo Cigano

Um cigano desconhece endereço
não sabe incerto a que veio
não tem início, fim ou meio e avesso

Um cigano desconhece mãe e filha
nunca viu sociedades como esponjas
suas casas formam conchas...
o mapa é uma trilha

O mundo de hoje é um cigano
às vezes tensoum planalto
um altiplano, um átomo
um vulcão imenso
um universo infinito
vasto em expansão, grão.

Os Sete Preceitos Ciganos

FELICIDADE Um campo aberto, um luar, um violão, uma fogueira, o canto do sabiá e a magia de uma cigana.

- ORGULHO
É saber que nunca participamos de guerras e nunca nos armaremos para matar nossos semelhantes. Somos os menestréis da paz.

- AMOR
Amar é vivermos em comunidade, é repartir o pão, nossas alegrias e até nossas aflições.

- LEALDADE
É não abandonar nossos irmãos quando precisam. É nunca negar o ombro amigo, a mão forte e o incentivo à vida.

- RIQUEZA
É termos o suficiente para seguirmos pela estrada da vida.

- NOBREZA
É fazermos da humilhação um incentivo ao perdão.

- HUMILDADE
É não importar-se em ser súdito ou nobre, importar-se apenas em saber servir

O INCENSO NAS FALANGES DE CIGANOS



Alguns dos incensos e suas funções astrais:

MADEIRA: para abrir os caminhos

ALMISCAR: para favorecer os romances

JASMIM: para o amor

LOTUS: paz, tranqüilidade

BENJOIM: para proteção e limpeza

SANDALO: para estabelecer relação com o astral

MIRRA: incenso sagrado usado para limpar após os rituais e durante eles e também usado quando vai se desfazer alguma demanda ou feitiço.

LARANJA: para acalmar alguém ou ambiente.Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia como fazem algumas pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa.


Não deve ser utilizado simplesmente por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um dono que o receba e que tenha seu nome pronunciado no momento do pedido. O incenso é um expediente sagrado e tem sido usado em rituais sagrados de toda espécie desde que o homem é homem.

Hino Cigano

Viajei ao longo de muitas estradas,
E encontrei Ciganos felizes.
Digam-me de onde vem
Com suas tendas
Nestas estradas do destino?
Oh, Rom,
Oh, jóvens Rom.
Eu também tinha uma grande família,
Mas a Legião Negra a exterminou;
Venham comigo,
Rom do mundo inteiro,
Percorreremos novas estradas.
É hora, levantemo-nos,
É chegado o momento de agir.
Oh, Rom,
Oh, jóvens Rom.

CANTO À VIRGEM SARA

Farol do meu caminho!


Facho de Luz! Paz!

Manto Protetor!

Suave conforto. Amor!

Hino de Alegria!

Abertura dos meus caminhos!

Harmonia!

Livra-me dos cortes.

Afasta-me das perdas.

Dai-me a sorte!

Faz da minha vida um hino de alegria,

e aos seus pés me coloco, minha Sara, minha Virgem Cigana.

Toma-me como oferenda e me faz de flor profana o mais puro lírio que orna e traz bons presságios à Tenda.

Salve! Salve! Salve!



PALAVRAS

Muitas vezes não temos muito a oferecer, ou repartir, mas enquanto existirem palavras que tragam de volta a esperança perdida na longa noite das dificuldades da vida, elas valerão mais do que do qualquer dinheiro ou bem material, porque renovam a vontade de lutar até encontrar soluções para nossos problemas.


Algumas palavras, nos momentos certos trazem de volta a vontade de viver e tem o poder de transformar quem está quase desistindo. Palavras que podem transformar um desiludido em alguém que volte a amar a vida com intensidade bastante para lutar quantas vezes for necessário, até vencer.



Palavras que despertam a emoção, fazem amar e ter a esperança inabalável de que podemos mudar o manhã de nossas vidas, para sempre. Não temos muito a oferecer, senão palavras que façam continuar, continuar, continuar, sem desistir



HINO DA UMBANDA

EVOLUÇÃO ESPIRITUAL




Acerca da misericórdia, do ato de compadecer-se diante do sofrimento alheio, colocando-se desta forma no lugar de outrem, deve-se se observar que tal capacidade inclui, além da compaixão, o feito de perdoar a quem é considerado “o ofensor”. Para tanto, a solidariedade é benigna e bem-vinda, mas não só esta deve ocupar o coração humano, cedendo passagem à indulgência com aqueles que não foram felizes em determinados pensamentos, palavras ou atos.

Quando pode-se agir em prol de um irmão, é digno “absorvê-lo” primeiramente de seus erros para que o passado fique zerado, a partir daí, ambos os lados isentos de culpa e de julgamento respectivamente, poderão construir sólidas bases para manter o espírito na paz e na pureza. Pois nenhuma evolução tem aquele que leva sopa aos famintos, que dar cobertor a quem tem frio, moedas ao mendigo, mas que não esquece a mágoa que tem do vizinho, da mãe, do marido, da cunhada, do filho e assim segue, carregado consigo aversões e nutrindo cada vez mais o hábito do rancor.


O homem precisa reconhecer que a deficiência de seu próximo pode ser a sua a qualquer instante, e mesmo se não o fosse, deve agir com grandeza de alma, com desprendimento. Nenhum ser humano está eximido de erros, de falhas, portanto, deve-se fazer valer as aptidões altruístas, inerentes em cada ser, independente deste ter ou não um cigano ou cigana como guia espiritual. A virtude da misericórdia empregada pelo o “juiz” do “culpado” não é apenas consolo ao martírio interior do acusado, é porta aberta para a evolução do espírito de quem a pratica por amor.



terça-feira, 1 de março de 2011

OXALÁ

É o primeiro orixá criado por Olorum (Deus Supremo). Ele também é conhecido pelos nomes de Orixalá e Obatalá. A missão específica de Oxalá foi criar o mundo. Segundo as lendas, ele é o pai de todos os Orixás. Portanto, está acima de todos na hierarquia divina.




Pesquisadores associam Oxalá ao elemento ar. Isso se deve ao fato de ele representar o céu – o princípio de tudo. Segundo a lenda, o céu, ao tocar o mar, teria criado os demais orixás que receberam a incumbência de cuida de todos os seres do planeta. No entanto, outra fonte diz que Oxalá foi casado com Yemanjá, e essa união deu origem aos orixás. Assim como outras crenças dizem que Oxalá teve filhos orixás com Nana Buruku – Iroko, Oxumarê e Obaluaiê (Conhecido como Omulu).



Oxalá é representado pela cor branca, que também é associada a tudo o que se refere a Umbanda. Para Oxalá, o branco significa a serenidade, a calma, o silêncio, indicando que ele não gosta de violência, disputas ou barulho, assim como não gosta de cores fortes. Oxalá é homenageado por todos os praticantes e cultuado como a figura do pai, demonstrando sabedoria a autoridade, mas também é sensível e tem a capacidade de demonstrar sua força, poder e conhecimentos sem usar de violência – através da argumentação.







Conta à lenda que Oxalá viu – se em desavença com Exu – o senhor dos caminhos. O que aconteceu foi que Oxalá recusou – se várias vezes a fazer as oferendas que Exu exigia. Então, Exu vingou – se fazendo com que Oxalá sentisse uma sede anormal. Para matar a sede, Oxalá furou a casca de uma palmeira com seu cajado (Opaxorô) e bebeu o líquido, uma espécie de vinho, embriagou – se e dormiu.



Odudua, seu irmão mais jovem e grande rival, roubou a sacola mágica e apresentou – se a Olorum, que lhe deu a tarefa da criação. Conta a lenda que no caminho entre orum e o mundo, Odudua encontra uma grande extensão de água, onde o camaleão jogou terra. Essa foi se acumulando até ficar mais alta que a linha da água, formando ilhas, enfim, a Terra. Odudua teria se estabelecido então na cidade de Ilé Ifé, com mais quinze Orixás.



CONHECENDO MAIS OXALA



Oxalá ou Obatala, o Orixá, o Rei da Roupa Branca ou, ainda, o Grande Orixá é o mais importante dos deuses Yorubá. Foi o rimeiro a ser criado por Olodumaré, o Deus Supremo, que lhe conferiu o poder de sugerir, Axé, e de realizar, Axé, razão pela qual é saudado com o título de Alabalaxé.

Oxalá tinha um caráter bastante obstinado e independente, o que lhe causaria inúmeros problemas. Foi o encarregado, por Olodumaré, de criar o mundo e o Deus Supremo entregou-lhe, antes da partida, o saco da criação. O poder que Oxalá havia recebido não o dispensava de respeitar certas regras e de se submeter a diversas obrigações. Em razão do seu caráter altivo, ele recusou-se a fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exu, antes de iniciar sua viagem para ir criar o mundo. Oxalá se pôs a caminho apoiado numa grande bengala de estanho, seu Opa Oxorô ou Paxorô, o bastão para fazer as cerimônias



No momento de ultrapassar a porta para sair do além, encontrou Exu que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos, o que seria criado e o outro. Exu, descontente com a recusa do grande Orixá em fazr\er as oferenda pedidas, vingou-se fazendo-lhesentir uma sede intensa. Oxalá, para matar sua sede, não teve outro recurso se não o de furar o seu Paxarô a casca do tronco de um dendezeiro. Um l[iquido refrecante dele escorreu: era o vinho de palma. Oxalá bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado, não sabia mais onde estava e caiu adormecido. Veio, então, Odudúa, criado por Olodumaré depois de Oxalá, e grande rival deste,. Vendo o grande Orixá adormecido, roubou-lhe o saco \da criação, dirigiu-se a presença de Olodumaré para mostrar-lhe seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olodumaré exclamou: "Se ele está neste estado, vá você, Odudúa! vá criar o mundo!" Odudúa saiu, assim, do Outro-Mundo e se encontrou diante de uma extensão ilimitada de água. Deixou cair a substância marrom contida no saco da criação. Era terra. Formou-se, antão, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas e a terra ia-se alargando cada vez mais. Isto em Yorubá se diz ile nfé, expressãoque deu origem ao nome da cidade de Ilê/Ifé. Odudúa aí se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se o rei da Terra.



Quando Oxalá acordou não mais encontrou, ao seu lado, o saco da criação. Despeitado, voltou a Olodumaré. Este, como castigo pela sua embriaguez, proibiu a o grande Orixá, de beber vinho de palma e, mesmo, de usar azeite de dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos aos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida.

Por esta razão, Oxalá é também chamado de Olomanrere, o "proprietário da boa agila". Pôs-se a modelar corpo dos homens mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma, e nos dias em que se excedia, os homens saíam de suas mãos contrafeitos, deformados, capengas, corcundas. Alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidos, eram os albinos. Todas \as pessoas que entram nestas tristes categorias são-lhe consagrados e tornam-se adoradores de Oxalá. Oxalá - Obatalá é casado com Yemowo. Suas estátuas são colocadas lado a lado - cobertas com traços e pontos feitos com giz - no Ilessin, local de adoração deste casal, no templo Idetá-ilé, no quarteirão Itapa, em Ifé.



Yemowo foi, segundo dizem, a única mulher de Oxalá. Um caso excepcional de monogamia entre os Orixás e Eboras, muito inclinados, já o vimos anteriormente, a ter aventuras amorosas múltiplas e a renovar facilmente seus votos matrimoniais.



Oxalá é considerado, tanto no Brasil como na África, como sendo o maior dos Orixás. Seus adeptos usam colares de contas brancas e vestem-se, igualmente, de branco. Sexta-feira é o dia da semana que lhe é consagrado. É sincretizado com o Senhor do Bonfim, sem outra razão aparente se não a de ter um enorme prestígio, na Bahia, e inspirar, fervorosa devoção aos habitantes de todas as categorias sociais. Diz-se, na Bahia, que existem dezesseis Oxalás, sendo, porém, dois os mais evocados: Oxalufan e Oxagiyan.



O primeiro, Oxalufan, ue foi o rei de Ifan, é um Oxalá muito velho, curvado pelos anos, que anda com dificuldade e hesitação, como se estivesse atacado pelo reumatismo.

Ele apoia seus passos cabaleantes sobre um Paxorô, grande bastão de metal branco, encimado pela imagem de um pássaro e ornado por discos de metal e pequenos sinos. Em contraste, Oxagiyan, que foi rei de Ejigbo, é um guerreiro jovem e valente. Ele gostava, exageradamente, de inhame triturado no pilão, prato denominado Yan, em Yorubá, o que lhe valeu o apelido de "o Orixá que come inhame pilado", expressão equivalente, em Yorubá, a Orixá je iyan, que daria origem ao nome Oxagiyan. Quando as iaôs deste orixá dançam, elas brandem um pilão e um escudo numa das mãos e, na outra, uma espada. Saúdam-se estes dois Oxalás gritando-se Epa Babá, "Viva o Pai"ou, então, Exé eee!, "Boa Atividade".



Existe uma lenda, contada na Bahia, e ainda difundida na África sendo que, em Cuba, uma versão muito próxima foi recolhida por Lydia Cabrera - segundo a qual "Oxalufan rei de Ifan tinha decidido fazer uma visita a Xangô, rei de Oyo, seu vizinho e amigo. Antes de partir, Oxalufan consultou um Babalaô para saber se sua viagem se realizaria em boas condições . O Babalaô respondeu que ele seria vítima de um desastre, não devendo, portanto, realizar a viagem. Oxalufan, porém, tinha um caráter obstinado e persistiu em seu projeto. O Babalaô lhe confirmou que a viagem seria muito penosa, que teria de sofrer numerosos revezes e que, se não quisesse perder a vida, não devia nunca recusar os serviços que, por acaso, lhe fossem pedidos, nem reclamar das conseqüências que disso resultasse. Deveria, também, levar três roupas brancas para trocar.

Oxalufan se pôs a caminho e, como fosse velho, ia lentamente apoiado em seu cajado de estanho Encontrou, logo depois, Exu Elopo Pupa, "



Exu-dono-do-azeite-de-dendê", sentado à beira da estrada com um barril de azeite de dendê ao seu lado. Após uma troca de saudações, Exu pediu a Oxalufan que o ajudasse a colocar o barril sobre a sua cabeça. Oxalufan concordou e, durante a operação, Exu derramou de propósito, maliciosamente, o conteúdo do barril sobre Oxalufan, pondo-se a zombar dele. Este não reclamou, seguindo as recomendações do Babalaô. Lavou-se no rio próximo, pôs uma roupa nova e deixou a velha como presente. Continuou a andar, com esforço, e foi vítima, ainda, por duas vezes, de tristes aventuras com Exu-Eledu, "Exu-proprietário-do-carvão-de-madeira" e Exu Aladi, "Exu-proprietário-do-óleo-de-amêndoa-de-palma".



Oxalufan, sem perder a paciência, lavou e trocou de roupa após cada uma das experiências. Chegou, finalmente, à fronteira do reino de Oyo, e lá encontrou um cavalo que havia fugido, pertencente à Xangô. No momento em que Oxalufan quis amansar o animal, dando-lhe espigas de milho, e tendo a intenção de levá-lo ao seu Senhor, os servidores de Xangô, que estavam à procura do animal, chegaram correndo. Pensando que o homem idoso fosse um ladrão, caíram sobre ele com golpes de cacete, e jogaram-no na prisão. Sete anos de infelicidade se abateram no reino de Xangô. A seca comprometia a colheita, as epidemias acabavam com os rebanhos, as mulheres ficavam estéreis.



Xangô, tendo consultado um Babalaô soube que toda esta desgraça provinha da injusta prisão de um velho homem. Após seguidas buscas e diversas perguntas, Oxalufan foi levado à sua presença e ele reconheceu seu amigo Oxalá. Xangô, desesperado pelo que havia acontecido, pediu-lhe perdão e deu ordem aos seus súditos para que fossem todos vestidos de branco e guardando silêncio em sinal de respeito, buscar água três vezes seguidas a fim de lavar Oxalufan. Este, voltou em seguida à Ifan, passando por Ejigbo para visitar seu filho Oxagiyan, que feliz por rever seu pai, organizou grandes festas com distribuição de comidas a todos os habitantes do lugar".

Esta lenda é comemorada todos os anos, na Bahia, em certos terreiros, particularmente naqueles de origem Ketu, provenientes dos candomblés da Barroquinha. O ciclo dessas festas se estende por várias semanas.



Numa sexta-feira, dia da semana que no Brasil é consagrado a Oxalá, os Axés do deus são retirados do seu Peji e levados em procissão até uma pequena cabana, feita de palmas trançadas e simbolizando a viagem de Oxalufan, sua ida a prisão e seu cativeiro.

Na sexta-feira seguinte, ou seja, sete dias após, representando os sete anos de incarceração, tem lugar a cerimônia da "Água de Oxalá", águas para lavar Oxalá. Todos os que participam da cerimônia chegam de véspera, à noite. O maior silêncio é observado a partir da quinta-feira, ao findar do dia, estendendo-se até a manhã do dia seguinte. Os participantes vão, antes da aurora, pegar a "Água de Oxalá", todos vestidos de branco e com a cabeça coberta com um pano igualmente branco.



Formam um longo cortejo que vai em silêncio, procedidas por uma das mais antigas mulheres dedicadas a Oxalá, que agita sem parar um pequeno sino de metal branco, chamado Adjá. Fazem três viagens até a fonte sagrada. Nas duas primeiras. a água é derramada sobre os Axés de Oxalá. Esta parte do ritual é realizada como lembrança das pessoas do reino de Oyó que foram, em silêncio de vestidas de branco, buscar água para Oxalufan se lavar. Na terceira vez, que corresponde ao nascer do dia, os vasos cheios d'água são arrumados em volta do Axé de Oxalá. A proibição de falar é sustada, cânticos acompanhados pelo ritmos dos tambores são entoados, e transes de possessão de produzem entre as filhas de Oxalá como testemunhos da satisfação do deus.

No domingo seguinte, tem lugar uma cerimônia, pouco importante mas, exatamente uma semana depois, realiza-se uma procissão que leva os Axés de Oxalá ao seu Peji, simbolizando a volta de Oxalufan ao seu reino.

O terceiro domingo, finalizando o ciclo das cerimônias, é chamado de "Pilão de Oxagiyan" e evoca as preferências gastronômicas desse personagem. Distribuições de comidas são realizadas em seu nome, a fim de festejar a volta do pai. Neste dia, uma procissão leva ao barracão pratos contendo inhame pilado e milho cozido, sem sal e sem azeite de dendê, mas com limo da Costa. Pequenas vara de Atorí, chamadas Ixans, são entregues aos Oxalás manifestados, às pessoas ligadas ao terreiro e aos visitantes importantes. Uma roda se forma, onde as dançarinas se passam curvados diante dos Orixás que lhes dão, na passagem, um ligeiro golpe de vara; por seu lado, os que foram assim tocados, dão e recebem, golpes de vara de assistência.



Uma versão sincretizada da água de Oxalá é a lavagem do chão da basílica do Senhor do Bonfim que acontece, todos os anos, na Bahia, na quinta-feira precedente ao domingo do Bonfim. Alguns piedosos católicos tinham o hábito de lavar, zelosamente o chão da igreja. Um ato de devoção que não é particular a este templo. No Bonfim, porém, tomou um caráter diferente. Os descendentes de Africano, movidos por um sentimento de devoção, tanto ao Cristo como ao deus africano, fizeram uma aproximação entre as duas lavagens: a dos Axés de Oxalá e aquela do solo da igreja que leva o nome católico do mesmo Orixá. Os devotos aparecem em grande número a fim de participar da lavagem, na quinta-feira do Bonfim.



Esta festa é, atualmente, uma das mais populares da Bahia. Neste dia, as baianas, vestidas de branco, cor de Oxalá, vêm em cortejo à Igreja do Bonfim. Trazem à cabeça potes contendo água para lavar o chão da Igreja e flores para enfeitar o altar. São acompanhadas por uma multidão, onde sempre figuram as autoridades civis do Estado da Bahia e da Cidade de Salvador.



O arquétipo da personagem dos devotos de Oxalá é aquele das pessoas calmas e dignas de confiança; das pessoas respeitáveis e reservadas, dotadas de força de vontade inquebrantável que nada pode influenciar. Em nenhuma circunstância modificam seus planos e seus projetos, mesmo a despeito das opiniões contrárias, racionais, que os alertam para possíveis conseqüências desagradáveis dos seus atos. Tais pessoas no entanto, sabem aceitar, sem reclamar, os resultados amargos daí decorrentes.

O imenso respeito que o Grande Orixá inspira às pessoas do candomblé revela-se plenamente quando chega ao momento da dança de Oxalufan. Com esta dança, fecha-se geralmente a noite, e os outros Orixás presentes vêm cercá-lo esustentá-lo, levantando a bainha de sua de sua roupa para evitar que ele a pise e venha a tropeçar. Oxalufan, e aqueles que os escoltam, seguem o ritmo da orquestra que interrompem a cadência em intervalos regulares, levando-os a dançar alguns passos hesitantes, entrecortados de paradas, no decorrer do quais o conjunto de Orixás abaixa o corpo, deixa cair os braços e a cabeça, por um breve momento, como se estivessem cansados e sem forças. Não é raro ver pessoas que, vindas como espectadoras, deixam-se tomar pelo ritmo, dançam e agitam-se em seus lugares, acompanhando o desfalecer do corpo e a retomada dos movimentos, conjuntamente com os Orixás, num afã de comunhão com o Grande Orixá, aquele que foi, em tempos remotos, o Rei dos Igbos, longe, bem longe, em Iluayé, a Terra da África.

EXU REI DAS SETE ENCRUZILHADAS


EXU REI DAS SETE ENCRUZILHADAS


Esse Exu comanda uma das Falanges mais poderosas e numerosas de Exus. Sua aparência astral é a de ser visto como um ente humano normal qualquer, com a característica que está sempre vestido de preto. Esse Exu Rei tem a particularidade de não incorporar, apenas o fazendo os seus comandados e sob as suas ordens diretas.



Esses testas-de-ferro, incorporados usando o nome do Chefe, usam sempre a expressão “meu chefe determinou isso, aquilo, vou consultar meu chefe, isso eu posso fazer, isso eu não posso fazer, (trocam” "chefe" por "superior" ou outra expressão análoga).



Isso não quer dizer que não tenham força. Tem e muita. É comum em seus trabalhos, pedirem para os consulentes colocarem nas encruzilhadas um charuto aceso, uma garrafa de marafo, bem como oferendas diversas.



Em terra, bebe bebidas finas em taças e fuma charutos de boa qualidade. Come carne de todos os tipos.



Incorporado, se apresenta e caminha como uma pessoa normal, sem mascara de sofrimento no médium e gosta muito de receber honrarias, ser servido e ser bem tratado, como só acontece com quem é Chefe. Protege por demais os seus médiuns, dando a eles a intuição do perigo e da desconfiança quando alguma coisa não vai bem.



Sempre deixa patente gostar que seu médium trabalhe mais com ele do que com as demais entidades da Direita da Umbanda.



Sua guia é Vermelha e Preta ,trabalha muito com velas pretas ,vermelhas,preta e vermelha, Trabalha muito com ervas e na fixação do médium!!



Seu metal:Ouro



Seu mineral:Quartzo branco bruto



Sua erva:Guiné



Trabalha na linha negativa de Oxala serventia do caboclo Urubatão da Guia



Pontos:



1)7 facas de ponta em cima de uma mesa

7 velas acesa la na encruzilhada

Exu é rei,,exu é rei..exu é rei la nas 7 encruzilhadas



2)Sr.7 meu amigo de alma

Sr 7 meu irmão quimbandeiro

gira todo mundo gira

mas seu 7 é da coroa de Oxalá(bis)



3)Em cada encruza existe um guardião

Acima deles existe um rei

E esse rei é seu 7 Encruzilhada

Que nos da força e sua proteção



4)As curas do seu 7 Encruzilhadas

tem uma beleza rara

O seu 7 começa, aonde a medicina para

Mas ele cura mesmo, cura sim senhor

Mas ele cura mesmo, aos filhos seus

Me cura seu 7, pelo amor de Deus

Me cura seu 7, pelo amor de Deus